Ricardo Jacinto
Concerto
Nov 12, 2022
21h30
NOTA
Espetáculo inserido numa sessão com dois concertos (bilhete único):
Ricardo Jacinto (solo) | 21h30
Ry Vuh | 22h30
Intervalo: 15 minutos
NOTA
Espetáculo inserido numa sessão com dois concertos (bilhete único):
Ricardo Jacinto (solo) | 21h30
Ry Vuh | 22h30
Intervalo: 15 minutos
Servindo-se de um sistema de amplificação sonora distribuído por diferentes pontos do violoncelo, Ricardo Jacinto explora na sua música a possibilidade de fragmentação sónica dos seus gestos e do corpo do instrumento. No decorrer das improvisações, a “explosão” do violoncelo é articulada com a auscultação do espaço acústico, da paisagem sonora e da excitação sonora de objectos ou estruturas ressonantes, num ritual de desfiguração sonora do instrumento.
“Depois de em 1988 descer a uma cisterna subterrânea para uma gravação, Pauline Oliveros cunhou o termo Deep Listening. A experiência em gravar som num espaço com uma identidade poderosa e impossível de ignorar levou ao desenvolvimento de uma estética apoiada na improvisação, música eletrónica, e meditação que inspira a prática da criação musical às condições ambientais, acústicas e sociais. Há uma magia geralmente escondida no relacionamento entre músico, instrumento e ambiente de performance.
A interação cirúrgica entre o performer, o seu toque único e pessoal, e a resposta às resistências da física do espaço e recursos do corpo, são o que torna um som especial, convincente e objeto de expressão. O contexto em que esta dança ocorre, adiciona outra camada complexa de interações. Ou seja, o ambiente em que algo acontece contribui significativamente para o som que é produzido, dentro e ao redor do espaço, e isso, por sua vez, forma um feedback sensorial para o músico, informando suas decisões momento a momento. É também através desta maior consciência dos potencialidades do espaço físico, que a tecnologia aparece como parte ativa na experiência enquanto mediador e potenciador, atenuando os limites humanos e dos objetos, gestos e tempo elevando-os trazendo um elemento como que mágico para a performance.
Ricardo Jacinto traz-nos esta obra performática onde, através do seu (híper)violoncelo desafia as fronteiras das disciplinas da performance musical, a instalação e arte sonora onde são criados diálogos sobre som, espaço e intimidade refletindo a condição permeável entre artista, instrumento e ambiente.”
José Alberto Gomes, 2021
Using a sound amplification system distributed by different points of the cello, Ricardo Jacinto explores in his music the possibility of sonic fragmentation of his gestures and the instrument's body. In the course of the improvisations, the "explosion" of the cello is articulated with the auscultation of the acoustic space, the soundscape and the sonic excitation of resonant objects or structures, in a ritual of sonic disfiguration of the instrument.
"After in 1988 descending into an underground cistern for a recording, Pauline Oliveros coined the term Deep Listening. The experience of recording sound in a space with a powerful identity that is impossible to ignore led to the development of an aesthetic supported by improvisation, electronic music, and meditation that inspires the practice of music making to environmental, acoustic, and social conditions. There is a magic generally hidden in the relationship between musician, instrument, and performance environment.
The surgical interaction between the performer, his unique and personal touch, and the response to the resistances of the physics of space and body resources are what make a sound special, compelling, and an object of expression. The context in which this dance occurs adds another complex layer of interactions. That is, the environment in which something happens contributes significantly to the sound that is produced, in and around the space, and this in turn forms sensory feedback for the musician, informing his or her decisions moment by moment. It is also through this greater awareness of the potentialities of the physical space that technology appears as an active part of the experience as a mediator and enabler, attenuating the limits of humans and objects, gestures and time by elevating them, bringing a magical element to the performance.
Ricardo Jacinto brings us this performance work where, through his (hyper)cello he challenges the boundaries of the disciplines of musical performance, installation and sound art where dialogues are created about sound, space and intimacy reflecting the permeable condition between artist, instrument and environment."
José Alberto Gomes, 2021
Ricardo Jacinto: Concepção e Interpretação / Conception and interpretation
Oriundo de Lisboa, Ricardo Jacinto tem vindo a construir, em articulação com a sua atividade como artista plástico, um interessante percurso enquanto violoncelista com atividade regular no campo da música improvisada e experimental. Marcada por uma abordagem de exploração minuciosa em torno das potencialidades tímbricas e harmónicas do instrumento, colabora regularmente com o saxofonista Nuno Torres nos CACTO, para além de encontros com músicos como C Spencer Yeh, Ernesto Rodrigues, Angélica Salvi, David Maranha, Jean Luc-Guionnet, Helena Espvall, Luis Lopes, Norberto Lobo, Gustavo Costa, Pedro Rebelo, Rodrigo Pinheiro ou Shiori Usui.
É membro dos PINKDRAFT, PARQUE, PHONOPTICON e LISBON FREEDOM UNIT. A sua música foi editada pela Creative Sources e Shhpuma Records. Atualmente é investigador no Sonic Arts Research Center da Queen's University em Belfast.