Num fio ou num eco, entre gongos e tambores, pratos e peles, as performances da percussionista Camille Emaille são tanto sobre equilíbrio quanto sobre escultura sonora. É uma arquitetura precária, mas espetacular, que se entrelaça; uma dramaturgia ténue, mas tensa, que se desenrola; uma mão-a-mão graciosa e animal com o material sonoro que ela molda ou manipula.
On a wire or in an echo, between gongs and drums, cymbals and skins, percussionist Camille Emaille's performances are as much about balancing as they are about sound sculpture. It's a precarious yet spectacular architecture that is woven together, a tenuous yet tense dramaturgy that is played out, a graceful, animal hand-to-hand with the sound material that she kneads or manipulates.
Percussão / Percussion - Camille Émaille
Percussionista oriunda de uma aldeia do Mercantour nos Alpes Marítimos, Camille Emaille fez os seus estudos clássicos nos conservatórios de Nice e Estrasburgo antes de ingressar na Musik Akademie de Basileia para aperfeiçoar as suas competências em música contemporânea e improvisação com Christian Dierstein e Fred Frith. Depois de um período no Mills College em Oakland, onde trabalhou com Roscoe Mitchell e William Winant, interrompeu os seus estudos para se dedicar inteiramente a todos os seus projectos fora da escola. Atualmente, a sua prática baseia-se numa relação física com o som, tanto no material e volume dos instrumentos com que trabalha, como no trabalho com o barro, como na energia física despendida ao tocar. Seja através da improvisação, da música escrita ou pré-estruturada, Camille procura essa linha onde a energia, a concentração e a escuta são ativadas a um nível tal que a consciência de si próprio, em relação ao resto do mundo, acaba por desaparecer.
Atualmente, apresenta-se principalmente como solista, em trio com GÉSIR, grupo composto por Jean-Luc Guionnet no órgão e Julien Desailly na gaita de foles, com OTTO composto por Gabriel Valtchev e Pol Small onde os três tocam o Tapan (percussão búlgara), com o duo OXKE-FIXU com o clarinetista Xavière Fertin com quem criou um gongo accousmonium que difunde e transforma os sons do clarinete e da percussão, num outro duo com a guitarrista Nina Garcia, como parte do grande grupo de improvisação “Le Un”, o quarteto ESCARGOT com Tom Malmendier na bateria, Louis Frères no baixo e Xavière Fertin no clarinete, e num trio com Hans Koch (clarinetes) e Dieb13.